sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Ai de ti, Hiroshima


De repente, um deslumbrante luar rosa pálido apareceu no céu, acompanhado de um tremor sobrenatural que foi quase imediatamente seguido de uma onda de calor sufocante e de um vento que varria tudo na sua passagem. Em alguns segundos, milhares de pessoas que estavam nas ruas e nos jardins do centro foram incineradas. Muitas foram mortas imediatamente pelo calor (…). Tudo o que se encontrava de pé na zona de deflagração – muros, casas, fábricas e outros edifícios – foi aniquilado: os seus restos turbilhonaram,projetados para o céu (…).
Os trens foram levantados dos trilhos como se fossem brinquedos. Os cavalos, os cães e o gado sofreram a mesma sorte que os humanos. Tudo o que vivia foi petrificado numa atitude de sofrimento indescritível.
A própria vegetação não foi poupada. As árvores desapareceram nas chamas (…), a erva ardeu no solo como palha seca. (…) Para além da zona da morte total (…), as casas desmoronaram num turbilhão de vigas, de tijolos, de barrotes. Até 5 quilômetros do centro da explosão, as casas construídas de materiais leves foram achatadas como castelos de cartas. Os que estavam no interior foram mortos ou feridos. Os que conseguiram se safar por milagre encontraram-se cercados por uma cortina de chamas. As raras pessoas que conseguiram se abrigar morreram geralmente 20 ou 30 dias depois, sob a ação retardada dos mortais raios gama. (…) À noite, o fogo começou a baixar, depois extinguiu-se. Não havia mais nada para queimar. Hiroshima tinha deixado de existir.

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